No sábado (11), o prefeito Jacques Barbosa comandou duas reuniões com técnicos da Secretaria Municipal de Saúde de Santo Ângelo e de entidades que integram os esforços no combate a pandemia do novo Coronavírus, analisando dados e estabelecendo os critérios para o recurso apresentado pela região das Missões.
Os prefeitos missioneiros demonstraram incredulidade com a classificação de Bandeira Vermelha. Os dados que a região trabalhava mostra melhora nos principais critérios e, mesmo que a avaliação macrorregional e estadual tenha apresentado piora, os números regionais apontavam a manutenção na Bandeira Laranja.
Ainda pela manhã foram estabelecidos através do prefeito Jacques Barbosa e do secretário municipal de Saúde, Luís Carlos Cavalheiro, as bases para o recurso. À tarde, em videoconferência, os prefeitos da Associação dos Municípios das Missões (AMM) detalharam a estratégia e apresentação do recurso.
O primeiro critério contestado é o do número de internações. O Estado considera 23 internações na semana 10 na região. Entretanto, nove desses casos possuem datas da semana anterior, ou seja, estariam fora do cômputo. Considerando-se esse fator, a região não teria subido de 15 para 23 internações e sim apresentado uma queda de 15 para 14.
Outra contestação diz respeito ao número de óbitos. O Estado apresenta três casos. Porém, um dos óbitos apresentados tem resultado negativo do Lacen para Covid-19. Um segundo caso tem data de 2 de julho, não estando no período da semana avaliada. Com isso, não seriam três mas sim um óbito na semana.
A região das Missões também manifestou seu inconformismo com a avaliação da situação hospitalar. O próprio Governo do Estado destaca em seu Modelo de Distanciamento Controlado que a região conta com 260 leitos clínicos para Covid-19 e a ocupação é de 8,2%. Quanto a leitos de UTI, a ocupação é de 60%, abaixo da média estadual. Sem contar que os cinco novos leitos de UTI do Hospital Santo Ângelo garantidos através de esforços financeiros da própria AMM, da Prefeitura da Capital das Missões e de empresários santo-angelenses, não foram considerados pelo Estado.
Ainda foi feita observação sobre a projeção de óbitos feita pelo Estado. Foram projetados 4,97 óbitos para a região e, mesmo se for considerado os três apontados pelo Estado, o erro da projeção é de 65,66%.
“Melhoramos nos principais critérios, de número de casos, internações, óbitos. Sem contar que contamos com uma situação de oferta de leitos clínicos e de UTI diferenciada em relação as outras regiões e mesmo assim fomos penalizados. Não podemos prejudicar o comércio, que tem buscado cumprir todos os protocolos estabelecidos e ficar mais duas semanas em Bandeira Vermelha. Diante disso, recorremos e esperamos a reconsideração por parte do Estado”.