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Bom dia | quinta-feira, 21 de novembro de 2024

APRESENTAÇÃO

Uma imensidão de território, solo esperando mãos decididas para fazê-lo vingar, era o brasil. Homens e mulheres com sonhos de progresso, de alegria, de aventura, eram os imigrantes. Vindos da Itália ou da Alemanha, embarcados em navios, trazendo no peito a dor e a saudade de familiares deixados para trás e sentindo na pele o sofrimento enfrentado na viagem, falta de higiene, desconforto, escassez de alimentos, doenças que muitas vezes ceifaram vidas, eles chegaram. Terra a vista. Era o Brasil dos sonhos, das esperanças de vida melhor.

E eles aportaram, no porto que representava nova vida e penetraram as selvas brasileiras, chegando ao Sul. São Leopoldo, Cachoeira do Sul, Caxias, Bento Gonçalves; e o progresso chegou, não antes de muito trabalho, sofrimentos, angústias, dor e saudade. E os filhos se espalharam. Em 1909 vislumbra-se um local, plano, com muito mato e algumas residências são fixadas; e o povoado começa, minúsculo no início, era Vitória que nascia. Hoje temos como testemunhas deste momento: Alfredo Röpke, Albino Röpke, Amália Röpke, Berta Lutzer, Emília Henke, Alberto Steinhorst.

Mais tarde, em 1929, mais uma gleba é povoada, eram os italianos que se assentaram em zonas mais acidentadas, devido ao cultivo da parreira. Hoje nos contam essa história: José Rubert, Hernesto Tomazi, Luís Burin, Inês Missio, Albina Missio, Anastácia Buzatto.

Vitória das Missões constitui-se de um latifúndio pertencente aos senhores, Germano Hofmeister e Luís Kruel. Os seus proprietários pretendendo comercializar a área, dividiram-se em lotes ou “colônias” como eram chamadas. As mais antigas famílias, as pioneiras foram: família Röpke, família Dallanora, família Zago, família Rubert e família Thomazi.

Mencionam como grandes dificuldades da época a falta de transporte, a grande falta de dinheiro onde o mel e a cera eram trocados por moeda na cidade de Ijuí. Explica-se a localização do núcleo urbano da vila de Vitória onde hoje se localiza a sede do município, por descendentes de imigrantes que ainda vivem: “escolhemos um terreno impróprio para o cultivo, para não estragar a terra boa que existia”.

A educação era feita pelos próprios colonos, e na escola se aprendia os dois idiomas: português e a língua de origem (alemã ou italiana). A educação formal surgiu algum tempo depois quando houve a necessidade da integração social entre as pessoas e comunidades. Na escola aprendia-se a ler e escrever, e nas escolas alemãs o canto era muito praticado. Em três dias da semana falava-se italiano ou alemão e no restante dos dias o português. Somente em 1955, surge o prédio efetivo e que atualmente abriga alunos de pré-escola ao ensino médio, denominado inicialmente de escola rural de colônia, após passando a chamar-se Escola estadual Nossa Senhora do Perpétuo Socorro.

No ano de 1989, esta escola empreendeu o projeto “O homem e o uso da terra” ainda não concluído, numa tentativs de valorizar e auxiliar a quem possui a nobre missão de produzir alimentos. O núcleo urbano, propriamente dito, do município de Vitória das Missões, começou a formar-se em 1940, com a instalação no local de pequenas indústrias como serraria, moinho colonial e casas de comércio. O município possui muitos traços culturais da época inicial de colonização: nas comidas, nas expressões das pessoas, nas tradições, nos cantos, os quais passam de geração em geração.

No início, ricas matas, de onde tiveram naturalmente o seu sustento, os indígenas que por esta região habitavam, seguindo o rio, explorando a floresta e que deixaram muito próximo de nós o fruto do seu trabalho e de sua cultura. As ruínas dos Sete Povos, das quais as mais importantes, São Miguel, que atualmente é patrimônio histórico da humanidade, dista 30Km de Vitória das Missões. O tempo passou e as levas de imigrantes vindos da Europa procuravam a terra dos seus sonhos, a terra que tudo produzia, que era rica e que possuía variadas espécies de madeira.

Primeiramente, como pioneiros podemos citar os nomes de Germano Hofmeister e Carlos Kruel que possuíam praticamente toda a área que hoje se denomina Vitória das Missões. Era um latifúndio rico, mas selvagem e desabitado. Procurando reverter este quadro, os senhores desta terra iniciaram a sua comercialização, dividindo-a em colônias que eram vendidas aos interessados sem visita prévia. Sem conhecimento da área, guiavam-se por um mapa. Era por ali que os colonos sabiam para onde dirigir-se.

A colonização do antigo distrito de Colônia Vitória, hoje município de Vitória das Missões, iniciou em 1909 quando ali chegaram os primeiros colonos, descendentes de alemães, oriundos do município de Pelotas. Em 1929 chegaram os descendentes de italianos, vindos especialmente das cidades de Cachoeira do Sul e Bento Gonçalves.

Assim relataram os imigrantes: “Tudo era mato. Fomos nós que fizemos os primeiros trilhos, abertos a machado, a foice, a facão. Tudo era difícil, a terra era desconhecida, mas o nosso espírito de aventureiros, de imigrantes foi capaz de superar qualquer dificuldade, e hoje temos quase uma cidade”.

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