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Bom dia | quinta-feira, 21 de novembro de 2024

APRESENTAÇÃO

A redução de São Luiz Gonzaga foi fundada pelo Padre Miguel Fernandes em 1687, que, vindo da redução de Conceição (hoje cidade de Conceição, na Argentina), com cerca de três mil índios cristianizados, deu início a nova povoação. O atual território de São Luiz Gonzaga permaneceu ocupado pelos jesuítas e índios até a expulsão destes pelos exércitos de Espanha e Portugal, que se estabeleceram na região após o Tratado de Madri, em 1750. O Pe. Miguel Fernandez, segundo as Cartas Anuas, ao fundar a redução, buscara um lugar alto as margens do Arroio Chimbocú. Alguns campos de cultivo localizavam-se próximos, outros distantes. Neles cultivavam-se ervas e algodoais, os trigais e as extensas plantações de erva-mate, milho, sendo que estes produtos eram comercializados pelo sistema de troca. A redução de São Luiz, a exemplo das cidades espanholas, era regida por livros de ordens com as disposições sobre os destinos da missão. O traçado urbano da missão compreendia seis quarteirões de cem metros de frente, partindo da praça e formando várias ruas largas que iam até os campos ao redor do povoado. As casas, com amplas salas separadas umas das outras por espessas paredes, era circundadas por alpendres sustentados por colunas de pedra. Cada sala, dividida interiormente por biongos feitos de taquara, alojava uma família.

As habitações localizavam-se em três das quatro faces da praça. Na restante, voltadas para o Norte, erguia-se majestosamente a Igreja, não concluída devido a sua enorme dimensão. Essa Igreja, da qual não há vestígios, media aproximadamente cinqüenta metros de fundo por vinte de largura, sem contar o espaço diante do altar-mor com nove metros de fundo por dez de largura. O teto era apoiado por colunas de madeira. A vinte metros de altura, a abóbada com adornos dourados que ostentava enorme lustre.

Após o abandono da região pelo exército português aquartelado em Santo Ângelo, a região voltou ao domínio da Espanha. A conquista definitiva do território para a coroa portuguesa aconteceria somente em 1801. A predominância portuguesa nessa região deveu-se à necessidade de segurança que as colônias sentiam. Gomes Freire de Andrade, quando governador do Rio de Janeiro, nomeou o Brigadeiro José da Silva Pais para nova expedição coroa tríplice finalidade: reconquistar a Colônia do Sacramento tomada dos portugueses pelos espanhóis, em agosto de 1860; tomar Montevidéu e enfatizar a colonização em pontos estratégicos. Silva Pais a quem se deve a fundação da primeira povoação Portuguesa na capitania do Sul era engenheiro, arquiteto e militar, especialista na construção de fortes. Veio de Portugal acompanhado por centenas de homens. A fundação dos Sete Povos das Missões pelos espanhóis acirrou mais ainda a animosidade dos lusitanos o que deu origem a várias lutas no território.

O povoado de São Luiz, em franca decadência, foi invadido e saqueado em 1828 e 1829 pelo caudilho uruguaio Frutuoso Rivera. Quando irrompeu a Guerra dos Farrapos, em 1835, muitas famílias, para fugir das escaramuças bélicas, ocuparam o casario abandonado de São Luiz Gonzaga.

Em 1976, São Luiz Gonzaga passou a ser o 5º Distrito de Santo Ângelo, e em 03 de junho de 1880, pela lei nº 1238, foi elevado à categoria de vila. No ano de 1902, pelo Decreto nº 477, obteve a denominação de cidade.

Em 1880, São Luiz já contava com algumas edificações necessárias para que a vila prosperasse. José Gomes Pinheiro Machado despontava como promissor político. Dessa forma, São Luiz passou a fazer parte de todos os movimentos ocorridos nessa região por ocasião da proclamação da República.

O município divide com Santo Ângelo o berço da Coluna Prestes que saiu da região e percorreu o país de Sul a Norte, na década de 1920. No início do século XX, o então Senador Pinheiro Machado procurou trazer o progresso para São Luiz. Instalou-se, com isso, o Aprendizado Agrícola, escola que, além dos ensinamentos elementares, complementava a educação com práticas agrícolas. A constante preocupação do Senador Pinheiro era unir a região missioneira às restantes do Brasil e trazer-lhe prosperidade. O telégrafo, a estrada de ferro, a ponte do rio Piratini foram meios de acesso à cultura, à modernidade e ao progresso, viabilizados graças à sua intervenção. Com a morte do Senador em 1915, São Luiz novamente mergulhou numa profunda estagnação. A construção da estrada de ferro foi suspensa, bem como todas as melhorias até então conquistadas. A terra (por adoção) de Pinheiro Machado, com brilhante perspectiva de futuro, somente após algumas décadas, retomou o caminho do desenvolvimento.

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